Em 2008, o roteirista Ed Bennett-Coles experimentou um "momento de morte" em sua carreira ao ler uma matéria sobre a IA escrevendo com sucesso seu primeiro roteiro. Avançando quase duas décadas, ele e seu amigo Jamie Hartman, um compositor, desenvolveram um aplicativo blockchain chamado ARK, projetado para ajudar artistas a possuir e proteger seus trabalhos.

“A inteligência artificial está surgindo e tirando o trabalho de muitas pessoas”, disse Hartman. Ele enfatizou que a mensagem do aplicativo é: “Não, estas são nossas obras. Somos humanos, nós decidimos o valor da obra, porque a possuímos.” Com o crescente avanço da IA na indústria criativa, a ameaça aos direitos de propriedade intelectual e aos meios de subsistência aumenta.

Robô, Inteligência Artificial

Observação da fonte: A imagem foi gerada por IA, com direitos de uso fornecidos pelo Midjourney.

O objetivo do ARK é registrar completamente a propriedade do criador, desde o início da criação até o produto final. Por exemplo, os usuários podem registrar suas obras simplesmente carregando uma demonstração musical. O aplicativo oferece recursos como acordos de confidencialidade, verificação baseada em blockchain e medidas de segurança biométricas para marcar a propriedade dos arquivos carregados. Além disso, os colaboradores também podem registrar suas contribuições durante o processo criativo.

“O ARK questiona a ideia de que apenas o produto final é valioso”, disse Bennett-Coles. Hartman acrescentou que o objetivo do desenvolvimento do aplicativo é preservar “o processo de criatividade e inteligência humana, permitindo que os artistas ganhem dinheiro com isso”. O lançamento oficial do ARK está previsto para o verão de 2025. Ele já recebeu financiamento da empresa de capital de risco Claritas Capital e estabeleceu uma parceria estratégica com a organização de direitos de performance BMI.

Durante o processo de criação, Bennett-Coles e Hartman passaram por muita reflexão. Eles acreditam que o rápido desenvolvimento da IA deixou a indústria criativa com uma resposta lenta. Bennett-Coles apontou que o "momento de morte" dos artistas é o ponto de partida para a mudança. “Como proteger e manter o que amamos e o que consideramos importante?”, questionou ele.

Com o ARK, os artistas esperam não apenas proteger suas obras, mas também rever o valor do processo criativo. Como disse Bennett-Coles, o processo de criação de arte, como a experiência de ir à açougue com seu avô, é algo a ser valorizado.