Em um cenário onde as empresas geralmente adotam uma postura cautelosa em relação à aplicação da IA, o setor de representantes de desenvolvimento de vendas de IA (AI SDRs) apresenta um crescimento explosivo incomum. Essas startups, que utilizam modelos de linguagem avançada e tecnologia de voz, estão atraindo a atenção de investidores de risco por meio da automação de e-mails de divulgação personalizados e marketing telefônico.
Shardul Shah, sócio da Index Ventures, destaca que, em pouco tempo, de 5 a 10 empresas de AI SDRs alcançaram sucesso significativo, um fenômeno incomum no setor de startups de tecnologia. Arjun Pillai, ex-diretor de dados da ZoomInfo e fundador da Docket, explica que a taxa de resposta a e-mails frios caiu 50% nos últimos dois anos, o que impulsionou as empresas a buscarem novas soluções.
Atualmente, startups como Regie.ai, AiSDR, Artisan e 11x.ai estão se destacando, e a gigante tradicional ZoomInfo também lançou um produto concorrente. No entanto, este mercado em rápido crescimento enfrenta alguns desafios importantes: primeiro, a eficácia é questionável, com executivos de empresas públicas relatando que um grande número de leads gerados por AI SDRs não se converteu em vendas reais; segundo, a ameaça de gigantes do setor, com Chris Farmer, CEO da SignalFire, afirmando que empresas tradicionais como Salesforce e HubSpot, que detêm dados de clientes, podem lançar soluções mais competitivas.
Vale destacar que várias startups de AI SDRs alcançaram US$ 1 milhão em receita recorrente anual em menos de um ano. Mas o precedente no setor de startups de IA não deve ser ignorado – a Jasper, empresa de redação de IA com avaliação de US$ 1,5 bilhão, enfrentou dificuldades após o lançamento do ChatGPT, sendo obrigada a demitir 30% de seus funcionários.
Essa onda de startups de AI SDRs reflete a necessidade urgente das empresas de melhorar a eficiência de vendas, mas seu desenvolvimento a longo prazo ainda precisa ser observado. Como afirma Tomasz Tunguz, fundador da Theory Ventures, o problema não está na eficácia da IA, mas sim em se realmente dominar a forma correta de usá-la.
