A gigante das mídias sociais Meta anunciou recentemente o desenvolvimento de um novo dispositivo capaz de digitar texto lendo sinais neurais do cérebro. Essa conquista, detalhada pelos cientistas da Meta em duas pesquisas, utiliza tecnologia avançada de escaneamento cerebral e modelos de IA de aprendizado profundo para decifrar com sucesso os sinais cerebrais durante a digitação, reconstruindo até mesmo frases completas.

QQ_1739772928994.png

Especificamente, a tecnologia se baseia em um magnetoencefalógrafo (MEG), um scanner que capta os fracos sinais magnéticos emitidos pelo cérebro. Em comparação com as tecnologias de interface cérebro-computador que exigem implantes, este dispositivo apresenta a vantagem de ser não invasivo, funcionando sem manipulação direta do cérebro. No entanto, suas desvantagens são consideráveis: pesa quase meia tonelada, custa US$ 2 milhões e só pode ser usado em uma sala blindada especial para evitar que o campo magnético da Terra interfira na recepção do sinal. Além disso, o sujeito precisa manter a cabeça imóvel durante o uso; qualquer movimento pode causar a perda do sinal.

Apesar disso, a tecnologia demonstra um potencial extraordinário. Segundo os pesquisadores, o sistema consegue detectar as teclas pressionadas por um digitador "experiente" com 80% de precisão. Embora não seja perfeita, essa precisão é suficiente para construir frases completas a partir da decodificação dos sinais cerebrais. Para alcançar esse objetivo, a equipe de pesquisa desenvolveu um sistema de aprendizado profundo chamado "Brain2Qwerty", que aprende as teclas pressionadas observando milhares de caracteres digitados pelo usuário.

Embora a tecnologia ainda esteja longe de ser aplicada na prática, os pesquisadores da Meta estão otimistas com a descoberta. Eles acreditam que a pesquisa valida a teoria de que o cérebro humano segue uma hierarquia na formação da linguagem, o que é muito benéfico para pesquisas futuras em inteligência artificial. Jean-Rémi King, chefe da equipe Cérebro e IA da Meta, afirma que compreender o funcionamento do cérebro humano pode fornecer novas perspectivas para o desenvolvimento da inteligência artificial.

Destaques:

🧠 A Meta desenvolveu um dispositivo de interface cérebro-computador não invasivo que permite a entrada de texto por meio de sinais cerebrais.

💰 O dispositivo pesa meia tonelada, custa US$ 2 milhões e requer um ambiente especial para uso.

📊 A precisão atual é de 80%, mas ainda precisa de melhorias e está longe da aplicação prática.