A General Motors anunciou na terça-feira que deixará de financiar o desenvolvimento de seu serviço de táxis autônomos, optando por absorver sua subsidiária integral Cruise e integrar suas tecnologias de assistência à direção ao desenvolvimento de veículos particulares totalmente autônomos. Essa decisão marca uma grande mudança estratégica da GM no setor de direção autônoma, refletindo uma nova visão da empresa para o futuro da tecnologia automotiva.
Em março de 2016, a General Motors adquiriu a startup de direção autônoma Cruise por US$ 1 bilhão, investindo continuamente na empresa com o objetivo de comercializar a tecnologia de direção autônoma por meio de um serviço de táxis autônomos. Apesar disso, a GM afirmou em comunicado que "a expansão do negócio requer tempo e recursos significativos, e o mercado de táxis autônomos está cada vez mais competitivo", levando à decisão de ajustar sua estratégia. A empresa espera economizar mais de US$ 1 bilhão anualmente após a conclusão do plano de reorganização, que deve ser concluído no primeiro semestre de 2025.
Atualmente, a General Motors detém cerca de 90% das ações da Cruise e planeja recomprar as ações dos demais acionistas minoritários, elevando sua participação para mais de 97%. A Cruise recebeu investimentos de investidores externos como Microsoft, Walmart e SoftBank para apoiar seu projeto de táxis autônomos. Em 2022, a General Motors aumentou sua participação na Cruise e adquiriu as ações do SoftBank Vision Fund por US$ 2,1 bilhões, além de investir mais US$ 1,35 bilhão para substituir compromissos de investimento anteriores.
Mary Barra, presidente e CEO da General Motors, enfatizou em uma teleconferência com a mídia e analistas: "Tomamos essa decisão para realinhar nossa estratégia e garantir que as tecnologias de assistência e direção autônoma sejam melhor integradas aos nossos produtos automotivos." Ela disse que essa transformação ajudará a integrar as forças da General Motors e da Cruise, acelerando a inovação tecnológica e oferecendo benefícios tangíveis aos clientes.
No entanto, essa transformação estratégica também está relacionada a uma série de escândalos da Cruise. Em 2 de outubro de 2023, um táxi autônomo da Cruise se envolveu em um grave acidente, em que um pedestre ficou preso embaixo do veículo e foi arrastado. Após o acidente, o tratamento inadequado da emergência pela Cruise resultou em investigações e penalidades de órgãos reguladores, levando à perda da licença de operação comercial da empresa na Califórnia. Além disso, a Cruise suspendeu os testes em outros estados e demitiu cerca de 900 funcionários, ou 24% de sua força de trabalho. Esse acidente e suas consequências levaram a um controle mais direto da General Motors sobre a Cruise e, finalmente, à decisão de integrar a Cruise em seu sistema de P&D interno.
Além disso, a Cruise foi condenada a pagar US$ 500.000 em multas criminais como parte de um acordo de suspensão de processo por apresentar relatórios falsos que afetaram a investigação de acidentes. Essa série de eventos lançou incerteza sobre o futuro da Cruise e acelerou o ajuste estratégico da General Motors.
Em reação a essa grande transformação estratégica, Kyle Vogt, cofundador e CEO da Cruise, criticou a decisão da General Motors na plataforma X, dizendo que "a General Motors é um bando de idiotas". Apesar disso, a General Motors continua insistindo que essa mudança permitirá que a empresa responda melhor à crescente competição de mercado e integrará estreitamente a tecnologia de direção autônoma ao desenvolvimento de veículos particulares para transformar o transporte futuro.
Atualmente, a General Motors está replanejando sua estratégia de direção autônoma, buscando acelerar o desenvolvimento e o lançamento no mercado de tecnologias de direção autônoma para veículos particulares, ao mesmo tempo em que reduz os custos.