Singapura propôs recentemente um novo projeto de lei que visa proibir o uso de deepfakes na próxima eleição. Em comunicado, o Ministério do Desenvolvimento Digital e da Informação (MDDI) afirmou que a lei visa garantir a autenticidade e a integridade das informações durante o processo eleitoral. Com o rápido desenvolvimento da inteligência artificial generativa (IA generativa), os riscos associados ao conteúdo deepfake estão aumentando, e até mesmo se tornaram comuns em casos de fraude e extorsão em Singapura.

Robô, Inteligência Artificial, Reconhecimento Facial, IA

Nota da imagem: Imagem gerada por IA, fornecida pela Midjourney.

O projeto de lei já foi apresentado ao Parlamento e será revisado em uma segunda leitura na próxima sessão. O cerne da lei é regular o conteúdo falso criado usando inteligência artificial e outras tecnologias, incluindo vídeos, áudios e imagens. O MDDI observou que, embora a Lei de Informações Falsas e Manipulação Online já existente possa lidar com boatos online, são necessárias disposições específicas para deepfakes durante as eleições.

Se não controlada, a tecnologia deepfake pode comprometer a justiça eleitoral em Singapura. O MDDI enfatizou que os eleitores devem poder tomar decisões informadas com base em fatos, e não serem induzidos a erro por informações falsas. Portanto, a proposta prevê a proibição de qualquer anúncio online que retrate falsamente as palavras ou ações de um candidato durante o período eleitoral. Isso inclui conteúdo criado por meio de edição de imagem, dublagem ou edição de vídeo.

Além disso, o projeto de lei permite que sejam emitidas ordens de correção para indivíduos e plataformas de mídia social que publicam conteúdo falso, exigindo a remoção do conteúdo. Os provedores de serviços de internet também podem ser obrigados a bloquear o acesso a esse conteúdo para usuários de Singapura durante o período eleitoral. A não conformidade com essas ordens pode resultar em multas, prisão ou ambas.

Os candidatos também terão o direito de solicitar a revisão de conteúdo que possa constituir uma violação, e podem apresentar declarações para comprovar a veracidade de suas alegações. É importante notar que candidatos que intencionalmente apresentarem declarações falsas ou enganosas também estarão sujeitos a multas ou outras penalidades.

Finalmente, o governo de Singapura também planeja desenvolver normas setoriais que exijam que plataformas específicas de mídia social adotem medidas para prevenir e combater a disseminação de conteúdo falso. Os detalhes serão definidos nos próximos meses, e o MDDI discutirá o assunto com os operadores de mídia social.

As eleições em Singapura estão previstas para o início do próximo ano ou até novembro de 2025. Vale lembrar que, já em abril de 2024, a Coreia do Sul implementou uma proibição de 90 dias sobre o uso de deepfakes nas eleições legislativas.

Pontos importantes:

🌐 Singapura pretende legislar para proibir o uso de deepfakes durante as eleições, a fim de manter a autenticidade das informações eleitorais.

🛡️ Qualquer anúncio online que retrate falsamente as palavras ou ações de um candidato será proibido, e os infratores podem enfrentar multas ou prisão.

📜 Os candidatos podem solicitar a revisão de conteúdo falso e apresentar declarações para comprovar sua veracidade; a apresentação intencional de informações falsas será punida.